Uma noite sem fim

Não conseguia dormir, já passava das três da manhã, e não sabia mais o que fazer para conseguir descansar.
Por um momento achei que via coisas alí, próximo a minha cama, não sei dizer se foram os remédios, a falta de sono ou se realmente aconteceu.

Estava deitada, completamente cansada, esperando o amanhecer, para enfim, pode levantar e trabalhar, não conseguia dormir, fechava os olhos, mas nada adiantava, olhava a cada minuto para o relógio, mas a hora não passava, já estava cansada de esperar o mundo despertar. Já desejava dormi e não despertar.

As 03:57AM olhei o relógio mais uma vez, ao olhar para o pé da minha cama, vi algo assustador, havia alguém me encarando ali, com os olhos vermelhos de ódio, me encarando como se eu fosse a culpada pelos problemas mundanos.
Eu não sei o que era, eu estava prestes a entrar em desespero, mas não sabia se era uma ilusão, pensava comigo mil maneiras de sair daquele quarto, de tentar eliminar aquela alucinação, jamais me esqueci daquele olhar. Não fui capaz de levantar, nem de respirar. Minha alma e meu corpo suplicavam por ajuda.

Tentei ignorar, mas quem disse que aquele ser estranho parava de me olhar? Tentei me levantar, mas cada movimento que fazia, ele aproximava-se, se tentasse fugir, ele provavelmente não deixaria; liguei a lanterna do celular, foi a pior coisa que podia ter feito, vi claramente que ele estava coberto de sangue, não era, só os olhos vermelhos, o corpo todo era coberto de ódio e rancor, me olhava como se fosse roubar meus sonhos, minha felicidade, meu resto de vida.

Não sabia mais o que fazer, continuei deitada com a cabeça coberta, achando que ia adiantar alguma coisa, comecei a olhar o relógio, mas cada segundo que se passava, espionava entre a coberta para ver se ele ainda estava lá, sempre esteve lá, ele nunca saiu de lá.

Finalmente consegui dormir, depois de tanto chorar, com os olhos inchados, a cabeça dolorida e com o cansaço três vezes maior, estava com medo de olhar para fora da coberta, e se ele estivesse lá? Aquela criatura que desejava levar tudo de mim, por mais insignificante que sejam as coisas que tenho a oferecer.

O mundo havia despertado, o sol nascera e nem sinal daquele olhar, não consigo entender o que aconteceu, não consigo compreender o que era. Jamais vou descobrir o que, ou quem estava lá, se foi sonho ou realidade, se foi apenas coisa da minha cabeça, eu devo estar enlouquecendo.
Só espero que seja sonho, pois se for realidade, tenho certeza que vai voltar, ele não vai parar até ter o que quer.

Compartilhe

Sobre o Autor

Amadora em fotografia, amante de literatura e viciada em doces. Jornalista que sabe de tudo, mas ao mesmo tempo não sabe coisa nenhuma. Olá para você que busca a felicidade como eu, mas sabe que no fundo ela não existe. O arroz vem primeiro e coloco ketchup na minha pizza sim.

0 comentários:

Postar um comentário